O percurso artístico de Mazgani é absolutamente singular. Shahryar Mazgani nasceu no Irão, em 1974, mas veio para Portugal aos 5 anos. A sua família abandonou o país de origem em 1979 devido à revolução iraniana que instituiu um regime fundamentalista.

A carreira discográfica de Mazgani iniciou-se em 2007 com o lançamento de “Song of The New Heart”. Mas antes mesmo dessa estreia, já importantes publicações como a Les Inrrockuptibles elogiavam a sua arte, facto confirmado quando o tema “Somewhere Beneath This Sky”, incluído nesse primeiro registo, mereceu um terceiro lugar num importante concurso em Nashville, Estados Unidos, que tinha por membros do júri artistas de primeira linha como Tom Waits ou Robert Smith dos The Cure.

A discografia de Mazgani compreende mais quatro álbuns, incluindo “The Poet’s Death” de 2017, trabalhos em que foi expondo a sua muito particular veia autoral, aprimorada com a escuta atenta dos clássicos, que sempre arrancou veementes elogios à crítica. Em “Lifeboat”, trabalho de 2015, prestou mesmo homenagem a mestres que o marcaram, de Cole Porter a Leonard Cohen ou Elvis Presley, expondo aí as raízes da sua própria identidade musical.

Agora, em 2024, depois de uma pausa na carreira, Mazgani está de volta, mas com uma enorme novidade sinalizada com o lançamento recentíssimo de “A Chama”, single que anuncia o seu primeiro álbum cantado integralmente em português. Um desafio autoimposto que lhe permite uma reinvenção sem nunca abandonar o terreno cantautoral em que sempre se distinguiu.