O projeto RAIA, sob a liderança do músico alentejano António Bexiga, assume-se como um laboratório artístico dedicado à exploração abrangente das múltiplas sonoridades da viola campaniça, navegando pelas suas fronteiras acústicas e elétricas, analógicas e digitais, tradicionais e experimentais. Este empreendimento destaca-se pela capacidade singular de gerir passagens compostas e de mergulhar em improvisos, cruzando diferentes abordagens à criação musical. A abertura de RAIA para o diálogo com outras formas de arte, sejam elas visuais ou performativas, sublima ainda mais este projeto.

António Bexiga conta com um percurso notável, tendo sido membro ativo de projetos como Uxu Kalhus e No Mazurka Band, e fundador de coletivos como Há Lobos Sem Ser na Serra e Bicho do Mato. Recentemente, gravou com artistas de renome como Kepa Junkera para a Ath Thurda, Celina da Piedade, António Caixeiro, Cantadores de Paris, O Gajo, Omiri, O Místico Orfeão Sónico de Um Corpo Estranho, Satúrnia e European Ghosts. Desde 2021, integra o grupo Lusitanian Ghosts e é membro fundador da Cia Boa Companhia – Teatro Para Todos.

Na 20ª edição do Festival Med, em 2024, RAIA propõe um concerto-viagem que se inicia nas paisagens acústicas do sul, conduzindo o público numa estimulante jornada de circum-navegação. Este concerto, caracterizado por um percurso pausado através de composições originais repletas de elementos disruptivos e harmonizados com repertórios populares, é uma marca distintiva da arte de António Bexiga.

O espetáculo, dividido em dois andamentos, apresenta a viola campaniça de RAIA a solo ou em diálogo com o baixo e contrabaixo do músico e compositor louletano Marco Martins, convidado especial para esta apresentação.