Sara Correia

(PT)

Quando, com apenas 13 anos, venceu a Grande Noite do Fado, já Sara Correia era um nome conhecido dos verdadeiros apreciadores deste centenário género musical. Afinal, não só cresceu numa família de fadistas de Marvila, como ela própria muito cedo começou a cantar em casas de fado, como Bacalhau de Molho, Fado em Si, Páteo de Alfama ou Mesa de Frades, onde se estreou. E aos 15, ainda adolescente, foi convidada para integrar como o elenco profissional da renomada real Casa de Linhares, em Alfama, onde cantou ao lado de pesos pesados como Celeste Rodrigues, Maria da Nazaré ou Jorge Fernando, que ainda hoje considera como “grandes mestres”. O primeiro registo em nome próprio, homónimo, para não deixar dúvidas sobre quem era, chegou em 2018 e foi recebido com total aclamação por parte da crítica e valeu-lhe, no ano seguinte, duas nomeações na primeira edição dos prémios Play, os Prémios da Música Portuguesa, nas categorias Melhor Álbum de Fado e Artista Revelação. A “grande voz da nova geração”, como chegou a ser apelidada, começou então a correr mundo, com mais de 30 concertos em locais tão improváveis como Coreia do Sul, Noruega, Ilhas Reunião, India, Bélgica, ou Chile. E se dúvidas houvesse, a dita sempre difícil prova do segundo disco foi ultrapassada com total distinção em setembro de 2020, com Do Coração, no qual, além de fado tradicional, canta também composições feitas em exclusivo para a sua voz, por gente como Joana Espadinha. Carolina Deslandes, Luísa Sobral, António Zambujo, Jorge Cruz e Diogo Clemente. Acabaria por ganhar o prémio PLAY da Música Portuguesa, na categoria “Melhor Álbum de Fado” e seria ainda nomeado para o Grammy Latino de melhor álbum de música de raízes em língua portuguesa. Pelo meio, deu ainda voz ao tema Quero é Viver, de António Variações, provando que além de fadista também é uma verdadeira artista pop.