NANCY VIEIRA

(CV)

Começou bem cedo, a cantar morna, o estilo musical, declarado em 2019 Património Mundial pela UNESCO, que porventura melhor define a identidade cabo-verdiana. “Desde criança que canto os clássicos e por isso, na véspera de um concerto, posso lembrar-me de um tema antigo e depois desafio os meus músicos a interpretarem-no comigo”, conta, como que justificando as constantes surpresas com que habitualmente brinda o público nos seus espetáculos. A sua música fala das viagens e o do mar, da saudade e da distância, uma temática sempre presente no imaginário coletivo de Cabo Verde, mas que na sua voz se espraia ainda mais pelo oceano e pelo mundo, através de influências musicais das mais diversas latitudes. Nascida na Guiné-Bissau e a viver em Portugal desde adolescente, a cantora Cabo-verdiana começou por dar nas vistas em 1999, quando surgiu na compilação Música de Intervenção Cabo-Verdiana: a História da Luta de Independência de Cabo Verde Contada em Música, cantando ao lado do lendário Ildo Lobo. Cinco anos antes, já tinha editado um primeiro registo em nome próprio, intitulado Nôs Raça, a que se seguiram Segred (2004), Lus (2007), Pássaro Cego (2009) – feito em parceira com o pianista e compositor português Manuel Paulo –, Nô Amá (2012) e Manhã Florida (2018). Chega agora ao palco do MED com algumas novidades em carteira, pois encontra-se atualmente a preparar um novo disco, com edição prevista ainda para este ano.