Antes de serem uma banda Patrícia Relvas e Roberto Afonso já eram um casal, que após um período de vida em Berlim, em boa hora decidiram aventurar-se pelo mundo da música, com o objetivo de explorarem as raízes tradicionais portuguesas, através de uma guitarra elétrica e duas vozes, como está tão bem patente no álbum de estreia Projeto 675, lançado em 2014. Seguir-se-ia ainda É Teu (2017), Miguel Tora por Lavoisier: Viagem a um Reino Maravilhoso (2019) e ainda Aí (2022), registos com os quais, aos poucos, foram também alargando ainda mais os seus já de si amplos horizontes musicais. Neste momento, se é cantado em português ou em inglês, já não importa, até porque “o principal objetivo é cumprir o primeiro instinto traçado, a música”. Hoje são acima de tudo influenciados um pelo outro e por todo o mundo de sensações que a música pode trazer. Compartilham assim o mesmo espírito exploratório dos tropicalistas brasileiros, mas o apego à tradição de Michel Giacometti e a vontade de a reinterpretar de um Fernando Lopes Graça, assumindo cada vez mais a sua própria expressão musical sem medos e sem preconceitos sobre nada.