TITO PARIS

(CV)

Quando se pensa em música de Cabo Verde, país que viu a morna ser classificada pela UNESCO como património imaterial da humanidade, é inevitável mencionar o contributo de Tito Paris, músico que recorda ter escutado a sua primeira morna aos seis anos de idade, tocada pela irmã, o momento fundador do seu fascínio pela música. 

Nascido numa família de músicos, Tito chegou a Lisboa a 12 de julho de 1982, para se juntar ao histórico grupo Voz de Cabo Verde. Em 1983, já via o seu nome ser inscrito numa das históricas gravações de Bana, “Dor Di Nha Dor”, arranque de uma profusa produção discográfica que o levou a contribuir para registos clássicos de artistas como Frank De Pina, Dionísio Maio, Silvino Vieira ou Pedro Martins. Em 1987, tocou no homónimo álbum de Cesária Évora, cimentando ainda mais o seu nome. Nesse mesmo ano estreou-se em nome próprio com “Fidjo Maguado”, arranque de uma celebrada discografia que conta com títulos que hoje são vistos como verdadeiros clássicos como “Dança Ma Mi Criola”, “Graça De Tchega” ou “Guilhermina”. A qualidade extrema da música que foi lançando levou-o também a ser solicitado por vários artistas de diferentes géneros, de Sérgio Godinho a Paulo Gonzo ou de Vitorino a Né Ladeiras e Mariza.

Mais recentemente, em 2022, foi um dos responsáveis pela reativação da Banda Monte Cara que recriou, com a colaboração de convidados como Dino D’Santiago ou Rui Veloso, uma série de clássicos que ajudaram a fazer a história do célebre espaço cultural de Bana em Lisboa. Com mais de quatro décadas de carreira, é hoje um dos mais relevantes embaixadores da música de Cabo Verde no mundo e uma figura de referência na afirmação do crioulo na música e sociedade portuguesas. É igualmente Embaixador da Cultura de Cabo Verde no Mundo e Comendador da Ordem de Mérito, em Portugal.