Jeneile Osborne, conhecida no mundo da música como Queen Omega, nasceu em San Fernando, Trinidad, e desde cedo traçou um percurso singular que a tornaria uma das vozes femininas mais respeitadas do roots reggae internacional. Incentivada pela mãe — a quem mais tarde dedicaria a sentida canção “Mama” — começou a cantar e a escrever as suas próprias letras aos nove anos. Criada numa família musical, Queen Omega cresceu ao som das grandes vozes do soul, como Aretha Franklin, Anita Baker ou Whitney Houston, sem esquecer o jazz e a música tradicional da sua ilha. No entanto, foram o reggae e o dancehall que mais a tocaram. A espiritualidade rastafári, inspirada nos ensinamentos do Imperador Haile Selassie I, viria a moldar não só o seu discurso artístico como também a sua identidade pessoal e musical.
A sua carreira internacional arrancou com uma viagem à Jamaica no final de 2000, onde atuou na Caribbean Music Expo. Lá conheceu o produtor Mickey D, que a levou para Londres. Da colaboração nasceu o seu primeiro álbum, “Queen Omega”, seguido por “Pure Love” e “Away From Babylon” — este último considerado o seu trabalho mais bem-sucedido até à data. Queen Omega impôs-se num espaço onde as vozes femininas eram escassas, tornando-se um nome central do reggae de mensagem consciente. Letras espirituais, afirmação feminina e um compromisso político constante marcaram a sua obra, onde combina canto lírico com toques de deejaying, técnica que domina com mestria. Queen Omega tem percorrido o mundo — dos Estados Unidos ao Brasil, da Alemanha às ilhas do Índico — levando a sua mensagem de resistência, fé e amor a festivais de referência onde o público a consagrou com justos aplausos.