Photo © Soufiane Najah
O projeto artístico AÏTA, liderado por Widad Mjama, nasceu do seu profundo fascínio pelas Chikhates — as cantoras e poetas marroquinas que preservam uma tradição que remonta ao século XII. “Aïta mon amour”, a mais recente criação de Widad, em colaboração com Khalil Epi, é um esforço ambicioso para trazer ao presente esta poesia do esquecimento e reintroduzir a arte tradicional marroquina na era contemporânea e digital.
Widad Mjama, uma laureada do Conservatório de Casablanca em dança clássica e arte dramática, chamou a atenção pela primeira vez em 2001 como a primeira rapper marroquina a dar nas vistas na cena underground masculina de Casablanca, integrando o coletivo de hip-hop Thug Gang. Em meados dos anos 2000, Widad expandiu os seus horizontes académicos e artísticos em França, onde obteve um mestrado em engenharia de projetos e envolveu-se profundamente na cena musical africana.
Em 2014, Widad cofundou a banda franco-marroquina N3rdistan, com um companheiro de Thug Gang, Walid Ben Selim. O grupo, que mistura electro, ancestralidade e hip-hop, alcançou sucesso internacional. No seu mais recente projeto, “Aïta mon amour”, Widad une forças com Khalil Epi, um talentoso produtor de eletrónica que também é exímio executante de loutar e mandole, para aprofundar o seu fascínio pelas Chikhates.
“Aïta mon amour” representa um diálogo entre gerações, em que Widad cria uma narrativa musical rica a partir dos poemas e canções de Aïta, movendo-se entre tradição e modernidade. A produção é fiel ao espírito e força das suas origens, oferecendo uma viagem comovente pela história das Chikhates, mulheres que Widad encarna com autenticidade e paixão.