Photo © Gabriela Mo
Com “Melancólico Dançante”, o quarto álbum da sua discografia, Valter Lobo consolida o seu lugar como uma das vozes mais singulares da nova canção portuguesa. O disco, lançado no arranque de 2025, parte da matriz emocional que tem definido o percurso do cantautor — a melancolia lírica e a entrega vocal —, mas introduz agora uma paleta rítmica mais leve, inspirada pelas viagens e digressões que o levaram da costa portuguesa ao Brasil, à Argentina e ao Uruguai. Nascido de um processo de criação íntimo e contemplativo, “Melancólico Dançante” apresenta nove temas originais — entre eles “Cinema ou Real”, “Tão Perto”, “Moleque” ou “Ainda Ontem Tinha Céu” — todos escritos por Valter Lobo. “Este álbum é o resultado mais puro daquilo que eu sou, de como vejo o mundo e o reflito nas canções”, afirma o músico, que aqui parece cruzar o seu universo introspetivo com um novo desejo de movimento e comunhão.
Valter Lobo sobe aos palcos com a sua banda — Jorge Moura, Pedro Santos e Pedro Oliveira —, para apresentar as novas composições e revisitar temas emblemáticos como “Oeste” ou “Guarda-me Esta Noite”. Ao vivo, as suas canções tornam-se ainda mais envolventes: há uma tensão entre fragilidade e força que se traduz numa experiência emocionalmente carregada. Com discos como “Inverno”, “Mediterrâneo” e “Primeira Parte de um Assalto”, Valter Lobo construiu uma obra coerente e cada vez mais relevante dentro da música contemporânea portuguesa. A sua mistura de folk, indie e poesia intimista tem ressoado junto de um público que valoriza a profundidade e a autenticidade. Em “Melancólico Dançante”, prova que a melancolia também sabe dançar — devagar, com o coração.