Elisa Almeida Photo © Alex Tome | Téofilo Chantre Photo © N’Krumah Lawson-Daku | Lucibela Photo © Alex Tome | Ceuzany Photo © Josè Serge Ndlate
Mais do que uma voz, Cesária Évora foi — e continua a ser — um símbolo da alma cabo-verdiana no mundo. Desde a sua partida, em dezembro de 2011, aos 70 anos, a chamada “Diva Descalça” deixou um vazio difícil de preencher. Mas também deixou um reportório imortal que ecoa muito para além das ilhas de Cabo Verde. Em 2012, numa onda de comoção que se estendeu por várias geografias, milhares de admiradores prestaram-lhe homenagem em concertos emocionantes realizados em cidades como Lisboa, Paris, Amesterdão ou Toulouse. Ao lado dos músicos que a acompanharam ao longo da vida, artistas como Bonga, Angélique Kidjo, Lura, Ismaël Lô, Mayra Andrade, Bernard Lavilliers ou Tito Paris juntaram-se para recordar a mulher que levou a morna a novos palcos e públicos.
Foi precisamente desse impulso coletivo que nasceu a Cesária Évora Orchestra — um projeto formado por membros da banda original da cantora, determinados a manter viva a memória e o reportório da artista. A estreia aconteceu em 2014, no Festival Gamboa, na cidade da Praia, e desde então a Orquestra tem sido presença regular nos palcos internacionais, com concertos que são tanto celebração como evocação contando com talentos reconhecidos como Lura, Nancy Vieira, Lucibela, Elida Almeida ou Teofito Chantre entre vários outros talentos internacionalmente reconhecidos. Mais do que um tributo, a Cesária Évora afirma-se como uma extensão do legado da cantora. Com uma formação que cruza gerações e geografias, continua a revisitar, com respeito e frescura, os temas que tornaram Cesária numa das grandes embaixadoras da lusofonia — de “Sodade” a “Petit Pays” — mantendo viva uma herança que transcende fronteiras e resistirá ao tempo.