Home 27 JUN CERYS HAFANA (WA)

Palco Castelo

27 JUN

23h30

Cerys Hafana

(WA)

Numa era em que a folk se reinventa continuamente entre o experimentalismo e a fidelidade às raízes, Cerys Hafana afirma-se como uma das vozes mais singulares da nova música tradicional europeia. Harpista tripla, compositora e investigadora sonora, a artista galesa desafia convenções e transforma o material de arquivo e a tradição oral num território fértil para a criação contemporânea. Natural do País de Gales, Hafana toca a harpa tripla — instrumento emblemático da tradição galesa — com um espírito inquieto e inovador. Lançou o seu primeiro álbum, “Cwmwl”, em 2020, abrindo caminho para um percurso onde a delicadeza do instrumento convive com uma abordagem assumidamente experimental. Foi com “Edyf” (2022) que conquistou verdadeiro reconhecimento internacional: eleito um dos dez melhores álbuns folk do ano pelo The Guardian, valeu-lhe uma nomeação para o Welsh Music Prize em 2023 e confirmou o seu lugar entre os novos nomes a seguir na folk do século XXI.

Em janeiro de 2024, Hafana voltou a surpreender com o EP “The Bitter”, onde mergulha no repertório tradicional inglês e escocês, mostrando uma sensibilidade rara para o detalhe e a interpretação. Meses depois, em setembro, lançou “Crwydro”, um conjunto de peças para piano solo, num gesto intimista que ampliou o seu vocabulário musical além da harpa. A sua música, simultaneamente arcaica e contemporânea, tem atravessado palcos prestigiados por toda a Europa: do Festival Interceltique de Lorient ao WOMAD, passando pelo Green Man, Reeperbahn (Alemanha), Trans Musicales (França), Other Voices (Irlanda), End of the Road e Rudolstadt. Já dividiu palcos com artistas como Charlie Cunningham, Adwaith, Andrew Wasylyk ou Yann Tiersen, e colaborou em digressões com a Sinfonia Cymru, prestigiado ensemble clássico do País de Gales. Também presença regular na rádio britânica — BBC Radio 6 Music, BBC Radio 3, Radio 4 e Radio Wales —, Cerys Hafana está a construir uma obra que desarma pela originalidade, mas se enraíza na escuta atenta do passado. Ao reinventar a tradição com liberdade e rigor, a jovem harpista não só honra a herança musical galesa como lhe abre novas possibilidades para o futuro.