É um daqueles regressos muito aguardado e celebrado, que não sendo inédito – há dez anos também se reuniram em palco para assinalar então os 30 anos de carreira –, ganha maior significado por ser a primeira vez sem o teclista Ricardo Camacho, desaparecido há quatro anos e um dos grandes responsáveis pelo enorme sucesso da Sétima Legião. De facto, haverá poucas bandas, em Portugal, que conseguiram (e conseguem) ser tão transversais. “É uma honra, percebermos que, passado tanto tempo, as nossas canções ainda continuam a tocar as pessoas”, reconhece o vocalista Pedro Oliveira, um dos membros fundadores da banda em 1982, com os amigos Nuno Cruz (bateria) e Rodrigo Leão (baixo). Influenciados pela música alternativa britânica, em especial por bandas como New Order, Joy Division ou Echo & the Bunnymen, gravaram o primeiro single, Glória em 1983, pela editora Fundação Atlântica, que um ano depois lançaria também o álbum de estreia A um Deus Desconhecido. “A factory portuguesa”, como a recorda Pedro Oliveira, tinha sido criada na altura por Miguel Esteves Cardoso, Pedro Ayres Magalhães e Ricardo Camacho, que pouco tempo depois ingressaria também na banda. Para a história ficariam para sempre as canções, como Noutro Lugar, Sete Mares ou Por Quem Não Esqueci, que a banda vai recordar neste concerto, onde contará com a formação de sempre, composta por Pedro Oliveira (voz e guitarra), Rodrigo Leão (baixo e teclas), Nuno Cruz (bateria, percussão), Gabriel Gomes (acordeão), Paulo Marinho (gaita de foles, flautas), Paulo Abelho (percussão, samplers) e Francisco Menezes (coros), sendo Ricardo Camacho substituído por João Eleutério, músico da banda de Rodrigo Leão.