Amaro Freitas

(BR)

Desde que começou o seu caminho artístico, com apenas 12 anos, numa igreja da periferia do Recife, que este pianista afro-brasileiro foi acumulando conquistas. Logo em 2016, quando editou o registo de estreia Sangue Negro com os parceiros Jean Elton (baixo) e o Hugo Medeiros (bateria), com quem se mantém até hoje, que a aclamação da crítica foi unânime, abrindo-lhe as portas para uma carreira internacional através da editora londrina Far Out Recordings, através da qual lançou, apenas dois anos depois, o segundo disco Rasif. Desde então tem atuado em alguns dos principais festivais e clubes internacionais de jazz e colaborado como nomes tão diversos como Lenine, Milton Nascimento ou Criolo. Um novo trabalho, intitulado Sankofa, chegou em 2021, marcando o início de uma nova fase da carreira, mais inspirada pela história do “Brasil negro” e pelas suas “figuras inspiradoras”, a maior parte delas esquecidas pela historiografia oficial. Segundo o próprio, o objetivo deste “álbum conceptual” é ajudar a “entender a história” dos seus ancestrais, traduzindo sob a forma de música “a herança e a memória dos povos negros que fizeram a história do Brasil e cujo património cultural e filosófico foi historicamente invisibilizado”. Mais uma vez, os elogios da crítica especializada foram abundantes, com a UNCUT a considerá-lo um disco “impressionante, novo e vibrante”, a Downbeat a colocar o seu autor na linhagem de nomes como Abdullah Ibrahim, Thelonius Monk e Chick Corea e a Jazzwise a classificá-lo como um “álbum magnífico”.