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27 JUN
01h15
Escutar a ultra enérgica música de Kin’Gongolo Kiniata é ser automaticamente transportado, como que por magia, para as agitadas ruas de Kinshasa, no Congo. O ritmo frenético, os sons das ruas apinhadas, os mercados efervescentes, e o movimento incessante das pessoas desempenham um papel dramático nesta obra profundamente original.
Kin’Gongolo Kiniata destaca-se como a nova força da efervescente cena musical de Kinshasa, com uma proposta inovadora que capta a vibrante e caótica vida urbana da capital congolesa. Alimentado pelos sons pulsantes da cidade, este grupo dinâmico cria a sua música utilizando instrumentos feitos a partir de objetos reciclados, explorando uma vasta gama de texturas sonoras. O resultado é um Afropop altamente experimental, que cruza a energia do punk com ritmos congoleses gerados eletronicamente.
As letras, cantadas em Lingala, uma das línguas mais faladas na República Democrática do Congo, abordam temas profundos e variados, centrados na esperança e na perseverança. Entre as suas composições, encontram-se homenagens aos trabalhadores itinerantes, canções de protesto contra a guerra no Congo e mensagens de encorajamento para a juventude de Kinshasa.
“Kingongolo” é a onomatopeia de um ritmo gerado pelo som de uma lata atingida por uma garrafa de refrigerante. O termo, em voga em Kinshasa no início dos anos 2000, foi popularizado pelos vendedores de gasolina que abasteciam os candeeiros das casas durante os frequentes cortes de eletricidade. “Kingongolo, Kingongolo, Kingongolo” era o sinal destes vendedores nas ruas de Kinshasa, indicando a sua passagem e a necessidade de abastecimento. “Kiniata” significa simplesmente “esmagar”. Assim, Kin’Gongolo Kiniata traduz-se em “O som que esmaga”. Perfeito para festejar, portanto.